O CNRS (o CNPq francês) aprovou formalmente a criação do LICIA, sigla em francês para “Laboratoire International en Calcul Intensif et Informatique Ambiante”, ou Laboratório Internacional em Processamento de Alto Desempenho e Informática Ambiente. O LICIA é uma parceria entre o INF e o LIG – Laboratoire d’Informatique de Grenoble.
Com a aprovação, o INF passa a ter uma parceria estratégica com Grenoble numa nova escala, mais abrangente ainda do que no passado. O LICIA não substituirá os acordos que existem hoje com Grenoble. Pelo contrário, será um guarda-chuva destinado a integrar as ações, facilitar o relacionamento e aprofundá-lo, além de qualificar o Instituto para novas iniciativas. Além disso, pretende reforçar o que já existe entre as duas instituições e ajudar a criar novas pesquisas em comum. Sua duração será de 4 anos, prorrogáveis por mais 4.
Diversos professores do INF tiveram importante participação na proposição e montagem do projeto, com especial destaque para o Prof. Nicolas Maillard.
O LICIA é um Laboratório Internacional Associado (LIA), modalidade adotada pelo CNRS para formalizar a pesquisa conjunta no nível de toda uma área de conhecimento. A França possui LIAs com o México, com o Japão e com a Tailândia, entre outros. No Brasil, só existiam até hoje 3 LIAs, em Matemática e em Física. Em Computação, o CNRS indicou Grenoble e Porto Alegre como sendo os centros mais integrados e habilitados à montagem de um LIA.
Embora o CNRS tenha delineado inicialmente a temática deste LIA em torno do processamento de alto desempenho e pervasivo, houve decisão comum de incluir todos os membros do LIG e do INF no projeto, como potenciais parceiros de pesquisa. O LICIA poderá, portanto, envolver todos os pesquisadores do INF – apesar do título e da temática principal, ele não é restrito a algumas sub-áreas de conhecimento. O documento submetido ao CNRS ilustra as cooperações possíveis em diversos temas, como processamento de alto desempenho, sistemas embarcados, redes de sensores, sistemas de informação, informática teórica, visualização científica e aprendizagem assistida por computador.
O LIG foi criado há 5 anos, sob a direção de Brigitte Plateau e, atualmente, é dirigido por Hervé Martin. Ele agrupa cerca de 500 cientistas em Computação e foi o resultado da fusão de vários projetos e equipes menores, entre outros o LSR, o ID e o LIFIA, onde diversos professores do INF fizeram doutorado. O LIG é composto por vários sub-grupos que refletem boa parte da Computação: interação homem/máquina, sistemas embarcados, processamento paralelo, IA, sistemas multimídias, entre outros.
Como todo grande laboratório na França, o LIG é uma estrutura administrativa “transversal”, que depende de várias universidades e das agências nacionais de pesquisa, CNRS e INRIA. Todas essas instituições participam na gerência do LIG e o financiam parcialmente, seja através de infra-estrutura, de pessoal ou de bolsas. A idéia do LIG é, portanto, ser uma estrutura “macro” que possa ser identificada com a pesquisa em informática de Grenoble.