O Programa Nacional de Formação de Projetistas de Circuitos Integrados, idealizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, foi implantado no Instituto de Informática da UFRGS, em 2008, e já formou 323 projetistas de circuitos integrados. O programa é coordenado pelo Prof. Ericson Fabris, do NSCAD Microeletrônica.
Matéria Jornal do Comércio
Dia: 23/2 – JC Empresas – p. 8-9
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Problema de falta de mão de obra precisa ser minimizado
Para o mercado interno de semicondutores deslanchar, a economia brasileira precisa voltar a crescer e a cadeia se desenvolver mais rapidamente, com a chegada de novos fornecedores que possam participar localmente de cada vez mais etapas de fabricação e back-end. Também preocupa o setor a burocracia da alfândega brasileira, que faz com que a liberação de matéria-prima importada, muito usada nesse segmento de semicondutores, leve semanas ou até mesmo meses.
O mesmo acontece com questões ligadas à logística, especialmente no Rio Grande do Sul. Como a pista do Aeroporto Salgado Filho é pequena, alguns equipamentos de maior porte, usados para a montagem de fábricas e laboratórios, precisam desembarcar em outras cidades e depois chegar por terra ao Estado.
Mas nada é mais sensível do que a questão da mão de obra, afirma o coordenador do Instituto de Semicondutores da Unisinos, Celso Peter. “Precisamos de milhares de projetistas para entrar nesse mercado definitivamente”, observa.
De uma forma geral, a falta de pessoas ainda não parece comprometer os projetos atuais, já que essa indústria ainda está engatinhando. Mas, como a expectativa é crescer e muito nos próximos anos, é preciso pensar desde já nessa questão.
Uma das iniciativas é o Programa CI Brasil, idealizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Mcti), que tem como um dos seus objetivos a formação de projetistas de circuitos integrados por meio de três centros de treinamentos.
O primeiro foi implantado em 2008, em Porto Alegre, no Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e já formou cerca de 323 profissionais. Os outros dois estão em Campinas e São Paulo. Juntos, já prepararam para o mercado cerca de 700 projetistas. “Estamos formando pessoas com conhecimento técnico e buscando complementar uma deficiência curricular da grande parte dos cursos de graduação relacionados do País, que nos últimos anos foram deixando de lado a metodologia de projeto de circuitos integrados e microeletrônica”, comenta o diretor técnico do programa CI Brasil, Ericson Fabris.
O gestor, que também é professor da Escola de Engenharia da Ufrgs e presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica, relata que o cenário não é muito otimista. O Centro de Treinamento de Campinas não terá uma nova turma, que iniciaria em março de 2015. “Não houve a disponibilidade de alocação de recursos para este ano”, lamenta. É um investimento de R$ 100 mil por mês, para 50 profissionais, que totaliza R$ 2,5 milhões em dois para treinamento completo.
Mais informações: http://www.nscad.org.br/index.php/pt/ci-brasil/centro-de-treinamento-1