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Publicado em: 30/11/2021

Prof. Edson Prestes em parceria com a Unesco

Como a UFRGS passa a fazer parte de um momento histórico para a humanidade. O documento da Unesco passou por etapas de consulta global e de negociações com governos

Edson Prestes, professor titular do Instituto de Informática da UFRGS

Um professor da UFRGS é parte importante de um momento histórico. A Unesco elaborou a primeira norma global sobre ética em inteligência artificial, ramo da ciência que desenvolve a capacidade de computadores pensarem como humanos. Edson Prestes, professor titular do Instituto de Informática da UFRGS, foi um dos 24 especialistas que ajudaram a redigir as recomendações aprovadas, por aclamação, nessa semana.

Cada vez mais, a tecnologia está substituindo as pessoas em tarefas do dia a dia, do carro sem motorista ao diagnóstico e cirurgias médicas. Em função disso, dúvidas começaram a ser levantadas sobre os limites éticos dessa nova realidade.

Longe de ser um estudo elaborado em uma sala fechada, o documento da Unesco passou por etapas de consulta global e de negociações com governos. Até o Vaticano participou.

Algumas das recomendações que deverão ajudar na convivência dos seres humanos com a tecnologia:

  • Os sistemas de inteligência artificial não podem amplificar ou repetir os preconceitos da sociedade. Na prática, isso indica que omissões não podem mais ser consideradas acidentes. Foi o que aconteceu recentemente, quando se descobriu que o sistema informatizado de seleção de colaboradores de uma empresa gigantesca acabava gerando “sem querer”, menos oportunidades para algumas minorias.
  • Toda a responsabilidade e a prestação de contas recai sobre humanos. Com isso, a desculpa de que foi “falha do sistema” fica enfraquecida. Sistemas são pensados e programados por pessoas e é delas a responsabilidade pelas Decisões de vida e morte não podem ser delegadas a sistemas de IA. Jamais um algoritmo poderá decidir, por exemplo, que ocupará uma vaga de UTI se uma escolha precisar ser feita.

Para o professor Prestes, um dos principais aspectos a serem destacados é o cuidado e o tempo de debates antes da aprovação do texto final.

— Uma lei de inteligência artificial tramita no Congresso, mas esse tema não pode ser decidido com pressa e de forma atropelada — afirma.

 

Fonte: Gaúcha ZH