Teve pleno sucesso o lançamento do primeiro nanossatélite brasileiro, batizado NanosatC-BR1. Parte da carga útil do satélite foi projetada no laboratório do Instituto de Informática da UFRGS pelos alunos William Do Nascimento Guareschi, José Rodrigo Azambuja, e Lucas Tambara, sob a orientação dos professores Fernanda Lima Kastensmidt e Ricardo Reis. O nanossatélite, de um litro de volume, foi lançado com êxito no dia 19 de junho de 2014, às 16h, horário de Brasília, na estação espacial em Yasny, no sul da Rússia.
O NanosatC-BR1 foi desenvolvido em parceria pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fazendo parte de um projeto que tem por objetivo estudar distúrbios na magnetosfera (campo magnético do planeta) nas regiões onde ocorre Anomalia Magnética do Atlântico Sul, bem como testar circuitos integrados resistentes a radiação projetados no Brasil. Os coordenadores do projeto são o professor da UFSM e pesquisador do Centro Regional Sul do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), localizado em Santa Maria, Dr. Nelson Jorge Schuch, e o pesquisador da sede do Inpe em São José dos Campos Dr. Otávio Santos Cupertino Durão. A comunicação com o satélite da base do INPE em Santa Maria já foi realizada com sucesso.
O satélite possui três cargas úteis: um magnômetro para utilização dos seus dados pela comunidade científica; um circuito integrado resistente à radiação projetado pela Santa Maria Design House (SMDH) ligado a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (FATEC) e UFSM; e um hardware em FPGA, que deve suportar as radiações no espaço em função de um software desenvolvido pelo Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“O objetivo é qualificar o uso de processadores embarcados em FPGA comercial para uso em aplicações espaciais”, diz professora Fernanda Kastensmidt. A carga útil contém a descrição de um processador de 32-bits baseado na arquitetura MIPS com software protegido contra erros provenientes de radiação sintetizado em um circuito FPGA ProASIC3E programado por memoria Flash. As técnicas de proteção usadas no software foram desenvolvidas durante o doutorado do aluno José Rodrigo Azambuja, orientado pela professora, cuja tese foi defendida em setembro de 2013, no PPGC. A integração do processador e interfaces de comunicação com o computador de bordo do satélite e controle dos demais circuitos da carga útil foi de responsabilidade do aluno de mestrado do PGMICRO William Do Nascimento Guareschi, orientado pelo professor Ricardo Reis. A metodologia de teste foi desenvolvida e realizada pelo aluno de doutorado do PGMICRO Lucas Tambara, orientado também pela professora.
Mais informações sobre o projeto da carga útil do NanoSatC-BR1 em: http://www.inf.ufrgs.br/~fglima/nanosatbr1/projeto.htm
Projeto NanoSatC-BR1 em: http://www.inpe.br/crs/nanosat/index.php